Orientação para os médicos acupunturiatras sobre a COVID-19
A importância da higiene das mãos para prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, remonta ao século XIX, quando Semmelweis investigou e publicou extenso trabalho sobre febre puerperal, em uma época onde não se conhecia o mundo microbiológico como causa de doenças. Desde 1847 até a atualidade, o conhecimento sobre a higiene das mãos como principal forma de controle de infecções cresceu absurdamente, sem ter igual repercussão nas práticas diárias na assistência a saúde.
Diante do abismo entre conhecimento e atitude, a OMS tem feito grande trabalho, com abordagem multimodal, para melhoria da prática da higiene das mãos nos serviços de saúde, um dos exemplos foi o “Primeiro Desafio Global para Segurança do Paciente – Um cuidado limpo é um cuidado seguro” lançado em 2009. O Guia publicado sobre Higiene das Mãos1 é riquíssimo em informações, evidências e técnicas de implementação de melhorias nas 1 unidades de saúde, mas ainda é desconhecido pela grande maioria dos médicos. Em 2015 a Anvisa publicou o “Manual de Referência Técnica para Higiene das Mãos”2 apresentando os 5 momentos para higiene das mãos, o racional de cada um dos 5 momentos, instrumentos para verificação da adesão à prática e formas de elaborar indicadores.
Em 2007, o CDC (Center for Diseases Control) publicou uma atualização do Guideline de Precauções e Isolamento. Neste guia, os autores reforçam os conceitos e o racional sobre as precauções padrão assim como as precauções baseadas em transmissão (gotículas, aerossóis e contato), e introduzem a questão da “etiqueta de tosse e higiene respiratória” tão divulgada atualmente. Com a pandemia da COVID-19, causada pelo SARS-CoV 2, muito se tem discutido sobre as formas de contenção/supressão em âmbito comunitário como isolamento e distanciamento social, vertical, horizontal, lockdown, etc. Mas o que há de novo, no contato com o paciente? As recomendações convergem para a necessidade de precauções padrão + precauções para gotículas + precauções de contato. E, em caso de procedimentos com potencial geração de aerossóis, acrescentar precauções para aerossóis. Esses conceitos não são novos, mas tem sido negligenciados. Precisamos então Reaprender sobre Higiene das Mãos. Treinar a técnica e os momentos que devemos usá-la. Devemos REaprender sobre Precauções Padrão e Precauções baseada em transmissão e precisamos implementar melhorias em nossos consultórios de acupuntura. Não apenas para nossa segurança, mas pelo compromisso ético com o aprendizado que a COVID-19 nos impôs. Tamanho sofrimento não pode passar sem mudanças dramáticas – para melhor – em nossas rotinas.
- Diante do exposto encaminhamos como diretrizes específicas para o momento pandêmico COVID-19:
- Recomendações sanitárias:
• Seguir estritamente as recomendações sanitárias. Abrir o consultório apenas quando permitido e com as limitações impostas de número de pacientes e intervalo.
- Uso de máscaras:
• Considerando a recomendação do ministério da saúde, todas as pessoas ao saírem de suas casas devem usar máscaras de tecido para evitar a transmissão em período pré-sintomático (ou assintomáticos).
• O uso de máscaras de pano, em unidades de saúde, foi proibido pela SBI (sociedade Brasileira de Infectologia) e ANVISA. Assim, caso seu consultório possa ser aberto nesse momento, todos devem usar máscara cirúrgica e os pacientes devem ser orientados a usar suas próprias máscaras de pano. Essa orientação já pode ser passada pela secretária no momento da marcação da consulta.
• Caso o paciente chegue sem máscara, a clínica deve ofertá-la.
- Troca de ar:
• Sempre que possível deve haver troca de ar nos ambientes. Em ambientes climatizados isso só é possível com ar condicionado central. Com ar condicionado do tipo “Split” a troca não é realizada. Importante verificar possibilidade de abertura de janelas e portas para circulação do ar.
- Aglomeração na recepção:
• Evitar aglomeração na recepção ou em qualquer ambiente da clínica por meio do agendamento de horário.
• Manter distanciamento de 2 metros entre as cadeiras, no caso de longarinas, fazer o isolamento de 2 cadeiras com fita ou informativo, intercalando 2 cadeiras bloqueadas com 1 cadeira utilizável, não permitindo que os pacientes se sentem lado a lado.
• Orientar os pacientes que, sendo possível, compareçam sem acompanhantes.
- Atendimento de sintomáticos respiratórios:
• Durante a epidemia do COVID-19 não se deve atender consultas eletivas em acupuntura de pacientes com sintomas respiratórios. Eles devem ser orientados a se isolar em casa ou procurar atendimento especializado.
- Profissional sintomático:
• Profissional de saúde com sintomas respiratórios não deve trabalhar.
- Higienização do ambiente:
• Higienizar as cadeiras com produto padronizado pela clínica a cada paciente que se sentar. Higienizar a mesa de atendimento da secretária periodicamente, a cada atendimento. Por exemplo, passar álcool a 70% ou outro produto padronizado.
• Ofertar álcool em gel na recepção e dentro do consultório para uso dos pacientes e dos funcionários.
- As seguintes sugestões são baseadas em literatura tradicional e são diretrizes gerais e permanentes:
1. Capacitar-se em relação à higiene de mãos, conhecer os 5 momentos para higiene das mãos da OMS4 e treinar as técnicas de fricção com álcool gel e lavagem com água e sabonete. Por exemplo, higienizar as mãos:
- Antes e depois do exame físico (momentos 1 e 4)
- Antes e depois do procedimento de agulhamento (momentos 2 e 3)
2. Capacitar-se em relação à Precauções Padrão que inclui, além da higiene das mãos os seguintes tópicos:
- Uso de EPIs: procedimentos invasivos, contato com pele não íntegra, contato com mucosas deve ser realizado com luvas. Higiene das mãos deve ser feita imediatamente antes de calçar as luvas e imediatamente após retirada das luvas.
- Etiqueta de Tosse e Higiene Respiratória.
• Profissional de saúde com sintomas respiratórios não deve trabalhar.
• Ofertar máscara cirúrgica para qualquer paciente com sintomas respiratórios assim que chegue à unidade de saúde/ consultório.
• Fazer educação em saúde, ensinando as pessoas a tossirem ou espirrarem dentro da blusa ou no braço, evitando contato das mãos com secreções respiratórias.
- Uso de adornos: • Proibido no Brasil desde 2005 – NR32.
• Unhas postiças são consideradas adornos e portanto são proibidas por acumularem sujeira e comprometerem a qualidade da higiene das mãos.
- Uso de lençóis descartáveis e higiene da maca:
• Por precaução padrão, todo paciente deve se deitar sobre um lençol de uso único ou descartável.
• Após sua saída, o lençol deve ser retirado e a maca/ colchão deve ser higienizado com o produto padronizado pela clínica/ hospital, por exemplo, álcool a 70%.
- Desinfecção de artigos: • Por precaução padrão, estetoscópios e esfigmomanômetros, ou qualquer instrumento utilizado no paciente em região de pele íntegra deve ser submetido à desinfecção, a cada uso. Nos casos exemplificados, desinfecção por fricção com álcool à 70%.
• Ventosas que estiveram em contato com pele íntegra devem ser submetidas a limpeza com água e sabão e posteriormente desinfecção com produto padronizado pela clínica, como exemplo, álcool a 70%.
• Materiais em contato com pele não íntegra, mucosas ou sangue devem ser descartáveis ou serem submetidos a esterilização, por exemplo, ventosas que entraram em contato com sangue.
As precauções baseadas em transmissão (contato, aerossóis e gotículas) são utilizadas para atendimento de pacientes suspeitos ou confirmados de possuírem doenças contagiosas (por exemplo, COVID-19). Pacientes com essa suspeita/confirmação devem ser encaminhados para as referencias para esse atendimento e não devem ser atendidos em consultório eletivo de acupuntura. Por isso, essas precauções não fazem parte do escopo dessas diretrizes aqui registradas.
Colégio Médio de Acupuntura de Goiás (CMA)
Orientação Técnica: Drª Luciana Leite Pineli Simões Médica Infectologista e Acupunturiatra
A importância da higiene das mãos para prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, remonta ao século XIX, quando Semmelweis investigou e publicou extenso trabalho sobre febre puerperal, em uma época onde não se conhecia o mundo microbiológico como causa de doenças. Desde 1847 até a atualidade, o conhecimento sobre a higiene das mãos como principal forma de controle de infecções cresceu absurdamente, sem ter igual repercussão nas práticas diárias na assistência a saúde.
Diante do abismo entre conhecimento e atitude, a OMS tem feito grande trabalho, com abordagem multimodal, para melhoria da prática da higiene das mãos nos serviços de saúde, um dos exemplos foi o “Primeiro Desafio Global para Segurança do Paciente – Um cuidado limpo é um cuidado seguro” lançado em 2009. O Guia publicado sobre Higiene das Mãos1 é riquíssimo em informações, evidências e técnicas de implementação de melhorias nas 1 unidades de saúde, mas ainda é desconhecido pela grande maioria dos médicos. Em 2015 a Anvisa publicou o “Manual de Referência Técnica para Higiene das Mãos”2 apresentando os 5 momentos para higiene das mãos, o racional de cada um dos 5 momentos, instrumentos para verificação da adesão à prática e formas de elaborar indicadores.
Em 2007, o CDC (Center for Diseases Control) publicou uma atualização do Guideline de Precauções e Isolamento. Neste guia, os autores reforçam os conceitos e o racional sobre as precauções padrão assim como as precauções baseadas em transmissão (gotículas, aerossóis e contato), e introduzem a questão da “etiqueta de tosse e higiene respiratória” tão divulgada atualmente. Com a pandemia da COVID-19, causada pelo SARS-CoV 2, muito se tem discutido sobre as formas de contenção/supressão em âmbito comunitário como isolamento e distanciamento social, vertical, horizontal, lockdown, etc. Mas o que há de novo, no contato com o paciente? As recomendações convergem para a necessidade de precauções padrão + precauções para gotículas + precauções de contato. E, em caso de procedimentos com potencial geração de aerossóis, acrescentar precauções para aerossóis. Esses conceitos não são novos, mas tem sido negligenciados. Precisamos então Reaprender sobre Higiene das Mãos. Treinar a técnica e os momentos que devemos usá-la. Devemos REaprender sobre Precauções Padrão e Precauções baseada em transmissão e precisamos implementar melhorias em nossos consultórios de acupuntura. Não apenas para nossa segurança, mas pelo compromisso ético com o aprendizado que a COVID-19 nos impôs. Tamanho sofrimento não pode passar sem mudanças dramáticas – para melhor – em nossas rotinas.
- Diante do exposto encaminhamos como diretrizes específicas para o momento pandêmico COVID-19:
- Recomendações sanitárias:
• Seguir estritamente as recomendações sanitárias. Abrir o consultório apenas quando permitido e com as limitações impostas de número de pacientes e intervalo.
- Uso de máscaras:
• Considerando a recomendação do ministério da saúde, todas as pessoas ao saírem de suas casas devem usar máscaras de tecido para evitar a transmissão em período pré-sintomático (ou assintomáticos).
• O uso de máscaras de pano, em unidades de saúde, foi proibido pela SBI (sociedade Brasileira de Infectologia) e ANVISA. Assim, caso seu consultório possa ser aberto nesse momento, todos devem usar máscara cirúrgica e os pacientes devem ser orientados a usar suas próprias máscaras de pano. Essa orientação já pode ser passada pela secretária no momento da marcação da consulta.
• Caso o paciente chegue sem máscara, a clínica deve ofertá-la.
- Troca de ar:
• Sempre que possível deve haver troca de ar nos ambientes. Em ambientes climatizados isso só é possível com ar condicionado central. Com ar condicionado do tipo “Split” a troca não é realizada. Importante verificar possibilidade de abertura de janelas e portas para circulação do ar.
- Aglomeração na recepção:
• Evitar aglomeração na recepção ou em qualquer ambiente da clínica por meio do agendamento de horário.
• Manter distanciamento de 2 metros entre as cadeiras, no caso de longarinas, fazer o isolamento de 2 cadeiras com fita ou informativo, intercalando 2 cadeiras bloqueadas com 1 cadeira utilizável, não permitindo que os pacientes se sentem lado a lado.
• Orientar os pacientes que, sendo possível, compareçam sem acompanhantes.
- Atendimento de sintomáticos respiratórios:
• Durante a epidemia do COVID-19 não se deve atender consultas eletivas em acupuntura de pacientes com sintomas respiratórios. Eles devem ser orientados a se isolar em casa ou procurar atendimento especializado.
- Profissional sintomático:
• Profissional de saúde com sintomas respiratórios não deve trabalhar.
- Higienização do ambiente:
• Higienizar as cadeiras com produto padronizado pela clínica a cada paciente que se sentar. Higienizar a mesa de atendimento da secretária periodicamente, a cada atendimento. Por exemplo, passar álcool a 70% ou outro produto padronizado.
• Ofertar álcool em gel na recepção e dentro do consultório para uso dos pacientes e dos funcionários.
- As seguintes sugestões são baseadas em literatura tradicional e são diretrizes gerais e permanentes:
1. Capacitar-se em relação à higiene de mãos, conhecer os 5 momentos para higiene das mãos da OMS4 e treinar as técnicas de fricção com álcool gel e lavagem com água e sabonete. Por exemplo, higienizar as mãos:
- Antes e depois do exame físico (momentos 1 e 4)
- Antes e depois do procedimento de agulhamento (momentos 2 e 3)
2. Capacitar-se em relação à Precauções Padrão que inclui, além da higiene das mãos os seguintes tópicos:
- Uso de EPIs: procedimentos invasivos, contato com pele não íntegra, contato com mucosas deve ser realizado com luvas. Higiene das mãos deve ser feita imediatamente antes de calçar as luvas e imediatamente após retirada das luvas.
- Etiqueta de Tosse e Higiene Respiratória.
• Profissional de saúde com sintomas respiratórios não deve trabalhar.
• Ofertar máscara cirúrgica para qualquer paciente com sintomas respiratórios assim que chegue à unidade de saúde/ consultório.
• Fazer educação em saúde, ensinando as pessoas a tossirem ou espirrarem dentro da blusa ou no braço, evitando contato das mãos com secreções respiratórias.
- Uso de adornos: • Proibido no Brasil desde 2005 – NR32.
• Unhas postiças são consideradas adornos e portanto são proibidas por acumularem sujeira e comprometerem a qualidade da higiene das mãos.
- Uso de lençóis descartáveis e higiene da maca:
• Por precaução padrão, todo paciente deve se deitar sobre um lençol de uso único ou descartável.
• Após sua saída, o lençol deve ser retirado e a maca/ colchão deve ser higienizado com o produto padronizado pela clínica/ hospital, por exemplo, álcool a 70%.
- Desinfecção de artigos: • Por precaução padrão, estetoscópios e esfigmomanômetros, ou qualquer instrumento utilizado no paciente em região de pele íntegra deve ser submetido à desinfecção, a cada uso. Nos casos exemplificados, desinfecção por fricção com álcool à 70%.
• Ventosas que estiveram em contato com pele íntegra devem ser submetidas a limpeza com água e sabão e posteriormente desinfecção com produto padronizado pela clínica, como exemplo, álcool a 70%.
• Materiais em contato com pele não íntegra, mucosas ou sangue devem ser descartáveis ou serem submetidos a esterilização, por exemplo, ventosas que entraram em contato com sangue.
As precauções baseadas em transmissão (contato, aerossóis e gotículas) são utilizadas para atendimento de pacientes suspeitos ou confirmados de possuírem doenças contagiosas (por exemplo, COVID-19). Pacientes com essa suspeita/confirmação devem ser encaminhados para as referencias para esse atendimento e não devem ser atendidos em consultório eletivo de acupuntura. Por isso, essas precauções não fazem parte do escopo dessas diretrizes aqui registradas.
Colégio Médio de Acupuntura de Goiás (CMA)
Orientação Técnica: Drª Luciana Leite Pineli Simões Médica Infectologista e Acupunturiatra
Rua 1.131 Esq. Alameda Ricardo Paranhos, 655, Segundo Andar, Setor Marista, Goiânia, Goiás
CEP:
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